domingo, 5 de agosto de 2012

Do Aviso







Chega de mansinho
Com todo o seu peso
Sorriso tímido e traseiro gelado
Senta-se encima do que fomentava
Recém tirado do forno
Daquilo que estava dentro de mim
Enrolado em um fio fino de consciência
Ensopado em um lago de devaneios.

Chega devagar e mansa
Com passos felpudos e sorrateiros
Sorri-te um sorriso sedutor
Seduz-te a mergulhar em um mar glacial
Escuro e misterioso
Seduz-te ao fundo
Daquela água pesada.

Que o pôr-do-sol é um conforto
Pode ser
Uma aparente felicidade em revê-lo
Que se vai para atras daquele horizonte
Lá longe
Trazendo uma erma sensação
Parasita da beleza que se foi
Fixadora da tristeza que chegou.

Ela sempre se deita as seis da manhã
Depois de negociar com o sol
A hora de voltar
Sob um manto de estrelas
Sob a luz de uma lua
Que te convida a pensar.

Será possível se libertar
Sozinho, algum dia
Ou alguém virá me salvar
Destrancando esses cadeados
Ainda haverá interesse
Depois de passar por meu aviso
"Ainda estou de luto".