domingo, 16 de dezembro de 2012

Pena

Certamente não procuro pelo que me faz descolado
Para início de alguma prosa, essa característica não foi decodificada no meu genótipo.
Olhe bem para mim. Bem nos meus olhos. Diga-me o que vê!
Se me faltasse uma perna, nem assim, seria digno de alguma pena alheia.

Resolvi desobedecer a sua lei
Não comi da sua comida, não bebi da sua água e nem me banhei no seu rio.
Lutar para me parecer como o seu povo não foi (ou é) alguma meta minha
Escolher entre direita e esquerda para quê? O fim será o matadouro mesmo.

Aí sento-me aqui
Mas não me deixam em paz!
Querem que eu vá pra lá e depois pra cá
Sempre sob a moral e a ética

O que escolhi é para mim
Para beber, comer e vestir
Não me faz menor que você
Influenciado por alguém que só explora do teu trabalho (ou do de seus pais).

Um respeito, sem desonras, seria de se esperar
Aquilo que cada um escolher é seu e só seu
Digam não e não!
Olhem para o seu umbigo 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Uma Gota de Algo Qualquer

As tardes chuvosas são assim mesmo
Carregadas de emoções nem sempre boas
Reflexões fúteis e desejos envergonhosos

Ficar aqui não dá mais
Você não sabe até onde mais consegue ir
Está torto

Um dia cai





É que o silêncio é a mais eloquente forma de mentir. Tanto para mim, quanto para... mim!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sem Título

Três meses
E o que pensei que acabaria com um minuto
Continua plantado aqui
Com raízes profundas, firme ao solo

Quero correr e gritar
Não apenas sentar e chorar
Quero abraçar e sentir de novo
O perfume que de alguma forma continua impregnado em mim

Espero que o que sentias por mim
Ainda esteja vivo e se alimentando
O que sentia por ti já está obeso
E talvez morra por excesso

Me prometi inúmeras vezes que não me importaria mais
Mas me importo
Sempre me importei



At denne teksten, viser opp til deg sannheten

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

23:59h-00:00h

"Melting Clocks" - Dali
 




 Ele passou seis anos a fio. Contando os meses, contando os dias. Contou todo o tempo que lhe era possível até aquele momento.
   Um segundo se passou do dia doze de fevereiro de dois mil e doze, dando a luz ao próximo minuto, que com trinta segundos já tinha vivido metade de sua vida inteira. Dois minutos se passaram. O relógio tictaqueando viciosamente seus ponteiros dando continuidade àquele sistema de contagem de tempos.
   O calendário se exibia na mesma parede, milimetricamente equidistante de seu parceiro contador. Era tão banal observar aquela cena tediosa de um relógio fazendo, com seus ponteiros, aquele mesmo caminho que por toda sua vida foi igual, ao lado de um calendário.
   Foram seis anos sonhando com esse segundo que acaba de se passar. Um segundo, mas carregado de simbologias das mais diversas. Passou seis anos se preparando para provar a quem devia que é capaz de se virar. Se preparando para colocar em prática na rua o que aprendeu em casa.  Para explorar o que nunca te esteve tão perto, ou o que aqueles mais velhos não tiveram o interesse de explorar com ele.
   Queria viajar para todos os cantos acessíveis com apenas uma bicicleta. Cruzar as Américas de carona ou voar para as terras de além-mar. Queria responder por si mesmo e gritar seus ideais ao mundo e tinha a certeza que convenceria muita gente. Queria ter o espaço dele, onde planejasse as suas coisas e as executasse, por si mesmo.
   Tenta se isolar na bolha de seus pensamentos, agora, desde aquele segundo crucial. Passa mais tempo conversando consigo mesmo que com os seres ao seu lado. Aderiu a certo tipo de solidão misturada a determinação, onde nada e nem ninguém te desanimariam e te tirariam do caminho que havia escolhido para si. Mas, a tempestade havia começado em seu porto seguro.
   As pessoas que o olhavam de longe, daquela distância que ele impôs entre si e o resto do mundo, com apenas dez minutos de incomum conversa sabiam; Que parecia bule frio, mas não passa de uma chaleira berrante a ponto de estourar. Ninguém ouviu esta chaleira ainda e parece que nunca ouviram.
  _ Quando ela estourar, só espero não estar lá!

domingo, 5 de agosto de 2012

Do Aviso







Chega de mansinho
Com todo o seu peso
Sorriso tímido e traseiro gelado
Senta-se encima do que fomentava
Recém tirado do forno
Daquilo que estava dentro de mim
Enrolado em um fio fino de consciência
Ensopado em um lago de devaneios.

Chega devagar e mansa
Com passos felpudos e sorrateiros
Sorri-te um sorriso sedutor
Seduz-te a mergulhar em um mar glacial
Escuro e misterioso
Seduz-te ao fundo
Daquela água pesada.

Que o pôr-do-sol é um conforto
Pode ser
Uma aparente felicidade em revê-lo
Que se vai para atras daquele horizonte
Lá longe
Trazendo uma erma sensação
Parasita da beleza que se foi
Fixadora da tristeza que chegou.

Ela sempre se deita as seis da manhã
Depois de negociar com o sol
A hora de voltar
Sob um manto de estrelas
Sob a luz de uma lua
Que te convida a pensar.

Será possível se libertar
Sozinho, algum dia
Ou alguém virá me salvar
Destrancando esses cadeados
Ainda haverá interesse
Depois de passar por meu aviso
"Ainda estou de luto".

sábado, 28 de julho de 2012

Fora d'água (Em vão)








Fora d'água
Me debato
Sufoco
Luto

Nasci aqui
Fora d'água
Fracassei
Lutarei

Esperei
Vieram me pescar
Asfixiei
Lutei

Contorci-me
Respirei
Em vão
Lutei

Em vão...

sábado, 5 de maio de 2012

The Simple Pleasures



You took your dress off
Said I could keep it
I said I know you
Though it's a secret
The simple pleasures
Always the deepest


You took your dress off
Said I should see you
I said I know you
Though it's a secret
It doesn't matter
I'm going to keep it


You took your dress off
Said I should see you
I said I love you
Though it's a secret
The simple pleasures
Always the deepest


We join softly hands
Dance in circles in the sand
It's not hard to smile
Praise each other through the night