À fogueira que um dia ardeu
Porque alguém, sem ser eu
A alimentou com ilusões
E forte abotoou os botões
Presos em cordões de dedilhar
Que pode ter sido um erro?
Não ligo, mas ainda arde
A brasa ao lado do que enterro
E sonho com a pele que mais tarde
Incessantemente desejo tocar
Aos lábios que profundas doçuras
Saem ao baile da língua à quebra do sotaque
Que um oceano é o agente das agruras
Que levam meu coração palpitar a um baque
Só quero te olhar. Ah! Se pudesse te olhar
Com meus olhos de carne
E a imagem acalmar o desconforto
Do tambor que o meu peito cerne
Leve-me a Porto!
E não deixe a ampulheta parar.