domingo, 25 de dezembro de 2011

Uma Mancha...

Eu sei que há algo que devo fazer nessa vida para que ela tenha algum sentido
Há algo que, desde os primórdios da existência, já foi reservado para mim
E que devemos lutar muito para conquistá-lo.

Mas o desejo de parar, sentar e chorar no meio do caminho (se é que estamos no caminho)
Parece gritar e te chacoalhar.
Faz a sua carne ansiar pelo o que o espirito não pode provar.

E nos sedemos
Deixamos o corpo, embriagado por um torpor momentaneamente anestésico, perambular pelas esquinas
Fazendo tudo o que deseja.

A carne e suja
E devemos duvidar de tudo que vem dela.
Porque o que se sobrepõe, inibe um terceiro fundamental

Não quero me amar e me aceitar
Com todos os erros e sujeira que há em mim.
Não quero dissimular a falta dos mesmos

Mas quero, voltar a quando tudo era inocente o suficiente
Para viver despreocupado
Sorrindo a todo momento e ignorando aquilo que não nos cabia.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Untitled

Vivi por um longo tempo
Tentando me acostumar
Com todo o lixo que eu sou
Com todas as feridas tratadas a sal

Já havia me esquecido dela
Da dor que mal tratou
O coração que eu te dei

Já havia aprendido a não chorar
Tinha passado no último dos exames
Já tinha queimado meus livros e cadernos
Esquecido como é tocar o amor

Para agora eu lembrar
Que quando você voltar
Seu amor
Eu não vou encontrar

Aquela sombra vem ao meu encalço
De braços abertos, por todos os lados
Oferecendo-me seu peito vazio
E seu conforto gelado.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Estrofes Soltas


Não...
Não dá para se esperar muito das pessoas
Não dá para escolhê-las com um propósito
Não dá para querer-las como um algo
Não dá para apostar nelas
Não dá para tentar agradar

Porque pessoas...
Só gostam quando recebem desprezo
Ou quando não recebem nada

A falta os faz querer mais
mais de um algo que não existe
mais de um vácuo profundo

Se interessam por sua própria barriga
Passam por cima de você
Te engolem
E depois te vomitam
Porque você nunca cairá bem no estômago de ninguém

Os olhos se alagam
A auto-estima já não é mais tão alta assim

As cercas te apertam
O frio te dá uma surra
Os braços doem
Continuamos sentados no canto escuro

Mas sabemos, que cedo ou tarde, o trem partirá...
De novo...
E de novo...
de novo...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Um Mergulhador

Mergulhado em minha própria mente
Me vejo afundando, afundando
Me vejo descendo
Me vejo afogando-me

Começo a sentir o peso de toda essa água acima de mim
Começo a perder meu ar e a me movimentar de acordo ao movimento da água
Começo a perceber que tentar nadar é inútil
Já que há muita pressão e escuridão ao meu redor e acima de mim

Afogando em meus próprios pensamentos
Começo a pensar na falta que muitos sentimentos me fazem falta agora
Na falta que muitas pessoas me fazem agora
No mundo do qual eu havia despencado para estar no fundo deste mar negro

Ainda afundando em meus pensamentos gelados
Não sinto mais calor, não sinto mais meu corpo
Não tenho mais fôlego
Não tenho mais vontade

Quando tudo começa a se tornar um borrão
Quando minha visão começa a falhar
Quando sinto que ao fundo cheguei
Eis que vejo um mergulhador vindo sobre mim.